Em seu corpo, os hormônios atuam como mensageiros químicos essenciais, viajando pela corrente sanguínea para coordenar uma infinidade de funções vitais e manter sua saúde geral.1
Essas substâncias integram as atividades de sistemas orgânicos e regulam o trabalho celular, garantindo a constância da composição interna do corpo.2 Já foram identificados mais de cinquenta tipos de hormônios no organismo humano.1
A nutrição, por exemplo, é um fator ambiental crucial que influencia o equilíbrio hormonal e a capacidade reprodutiva, sendo fundamental para o bem-estar e a fertilidade.3
Compreender esse universo complexo é o primeiro passo para cultivar uma vida plena e equilibrada.
O estrogênio é um hormônio essencial para a saúde sexual e reprodutiva feminina.4
É importante saber que seus níveis flutuam naturalmente ao longo da vida, especialmente durante o ciclo menstrual, e diminuem de forma marcante com a chegada da menopausa.4
Existem três formas principais de estrogênio: a estrona (E1), que o corpo produz após a menopausa; o estradiol (E2), que é a forma mais potente e predominante durante os anos reprodutivos; e o estriol (E3), principal hormônio produzido durante a gravidez.4
Os estrogênios estimulam o crescimento e a manutenção das características sexuais femininas.2 Ele também regula processos importantes nos sistemas esquelético, cardiovascular e nervoso central, impactando a saúde geral.4
O estrogênio também tem um papel na função cerebral, incluindo a capacidade de foco.4
E ele afeta os níveis de colesterol e açúcar no sangue, a massa óssea e muscular, a circulação sanguínea, a produção de colágeno e a hidratação da pele.4
A progesterona é um hormônio importante para o sistema reprodutor feminino.5
Sua principal função é preparar o revestimento uterino para a implantação e crescimento de um óvulo fertilizado.5 Se a gravidez não ocorrer, o endométrio é eliminado durante a menstruação.5
Em caso de concepção, a progesterona aumenta para sustentar a gravidez.5
Ela é produzida principalmente pelo corpo lúteo após a ovulação, sendo essencial para o início e a manutenção da gestação.2
Os níveis de progesterona continuam a aumentar durante a gravidez, evitando a ovulação e suprimindo contrações uterinas que podem causar parto prematuro.5 Além disso, a progesterona ajuda a preparar as mamas para a amamentação.5
Quando os níveis de progesterona estão baixos podem dificultar a concepção e aumentar o risco de aborto espontâneo, dada a sua importância nas fases iniciais da gravidez.5
Além do estrogênio e da progesterona, outros hormônios desempenham papéis na saúde feminina.6, 7, 8
O hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH) são produzidos na glândula pituitária e regulam funções dos ovários e testículos.6, 7 A deficiência de FSH, por exemplo, pode levar à subfertilidade em ambos os sexos.6
A liberação de FSH e LH é regulada pelo hormônio liberador de gonadotropina (GnRH), que atua na glândula pituitária anterior.8 Em conjunto, esses hormônios estimulam a ovulação e a produção de estradiol e progesterona nos ovários, controlando as fases do ciclo menstrual.2, 8
O desequilíbrio hormonal ocorre quando há excesso ou deficiência de um ou mais hormônios no corpo.1 Esse termo abrange diversas condições relacionadas aos hormônios.1
Os hormônios são sinais poderosos; mesmo pequenas variações podem causar grandes mudanças no corpo e levar a condições que necessitam de tratamento.1
As alterações hormonais podem ser naturais, como na menopausa ou andropausa, ou causadas por condições de saúde, como diabetes, hipotireoidismo e síndrome dos ovários policísticos.9
A menstruação irregular pode ser causada por um desequilíbrio de hormônios que atuam no ciclo menstrual, como na síndrome dos ovários policísticos (SOP) e amenorreia.1
Desequilíbrios hormonais são a principal causa de infertilidade em mulheres, e condições como SOP e anovulação podem levar à infertilidade.1
Distúrbios no desenvolvimento puberal podem ter efeitos de longo prazo na saúde, incluindo irregularidades menstruais e infertilidade na vida adulta.3
O desenvolvimento da puberdade em idades muito precoces, por exemplo, pode ser um fator de risco na infância para a Síndrome do Ovário Policístico (SOP) e impactar a capacidade reprodutiva no futuro.3
Sinais mais evidentes de alterações hormonais bruscas, como durante a Tensão Pré-Menstrual (TPM) e na menopausa, incluem ansiedade, irritabilidade ou depressão,10 que podem surgir anos antes da menopausa e persistir por vários anos, afetando 60% a 80% das mulheres nessa situação.2
Os sintomas de disfunção hormonal variam bastante, mas alguns sinais são comuns a diversos tipos de desequilíbrios.9
Alterações em hormônios como estrogênio, testosterona, insulina ou os da tireoide podem levar a insônia, mudanças no peso, irritabilidade, fome excessiva ou cansaço.9
Desequilíbrios hormonais que afetam o metabolismo podem se manifestar como ganho ou perda de peso sem explicação, fadiga, problemas digestivos como constipação ou diarreia frequente, dormência e formigamento nas mãos, e níveis elevados de colesterol.1
Outro sinais incluem intolerância a temperaturas extremas, pele e cabelos secos e ásperos, distribuição irregular de gordura corporal, escurecimento da pele em áreas como axilas e pescoço, pequenas saliências na pele (acrocórdons), sede excessiva e vontade frequente de urinar.1
No caso específico da menopausa, as mudanças hormonais podem causar irregularidades menstruais, ressecamento vaginal, ondas de calor, suores noturnos, problemas de sono, alterações de humor e até dificuldade de raciocínio, conhecida como "névoa cerebral".10
É possível tomar medidas relativamente simples para garantir uma melhor saúde hormonal.12
No entanto, é importante consultar um médico para receber um diagnóstico e garantir a necessidade e a segurança do tratamento.
Uma dieta rica em alimentos integrais e não processados pode ajudar a manter ou melhorar o equilíbrio hormonal.12 Consuma muitas frutas frescas, vegetais e grãos integrais, e minimize o consumo de alimentos processados.12
Manter uma ingestão adequada de vitamina D, através de peixes gordurosos como salmão e sardinha é importante.12
Alimentos ricos em iodo, como frutos do mar, algas, ovos e laticínios, ajudam a manter os níveis de iodo.12 Alimentos ricos em cálcio, como iogurte, amêndoas, feijão e folhas verdes escuras, protegem ossos e dentes, e suplementos de cálcio podem ser indicados por um médico.12
A quantidade, qualidade e composição dos alimentos exercem uma influência significativa na saúde e nas funções endócrinas e reprodutivas ao longo da vida.3
Desequilíbrios nutricionais e padrões alimentares podem afetar o desenvolvimento e funcionamento normal do sistema reprodutor, impactando a regularidade da ovulação e a qualidade dos óvulos.3
Dietas ricas em peixes, frutos do mar, vegetais, frutas, cereais e laticínios com baixo teor de gordura estão positivamente correlacionadas com a qualidade da ovulação.3
A atividade física regular, quando recomendada por um profissional, é essencial para o equilíbrio hormonal.12
Fazer 1,5 a 2,5 horas de exercício por semana ajuda o corpo a produzir e regular hormônios naturalmente.12 Pequenas mudanças nos hábitos diários, como caminhar ou andar de bicicleta em vez de dirigir, e usar escadas em vez de elevador, podem fazer uma grande diferença.12
É possível adotar boas práticas para manter a saúde geral e auxiliar no equilíbrio hormonal, mesmo que nem todos os desequilíbrios possam ser prevenidos.4 Pratique bons hábitos alimentares e monitore a ingestão de alimentos para ajudar a equilibrar seus hormônios.4
Além do tratamento médico, seu médico pode recomendar mudanças no estilo de vida para gerenciar desequilíbrios hormonais, como controle do estresse e exercícios regulares.1
O sono regular é fundamental para manter o equilíbrio hormonal.12 Busque dormir pelo menos 7 horas ininterruptas por noite, sempre no mesmo horário, para acordar com energia.12
Jantar cedo e evitar telas antes de dormir pode auxiliar a atingir essa meta.12 Alterações no sono podem prejudicar a produção de somatotropina (hormônio do crescimento) e cortisol, que regula o estresse.9
Qualquer disfunção hormonal precisa de diagnóstico e tratamento precisos, pois a piora na qualidade de vida pode ser significativa.10
É importante procurar seu médico para consultas de rotina e para qualquer nova preocupação de saúde que surgir.11 Muitos sintomas podem ser causados por outras condições, não apenas por desequilíbrios hormonais.1
Se você notar sintomas novos e persistentes que afetam sua saúde diária, é importante conversar com seu médico.1
Os hormônios são mensageiros químicos essenciais que coordenam as diversas funções do corpo, desde a saúde reprodutiva até o bem-estar geral.1, 4
Embora as flutuações hormonais sejam naturais ao longo da vida, é importante lembrar que a nutrição e um estilo de vida equilibrado são aliados importantes para a saúde hormonal.3, 12
Contudo, se você notar sintomas persistentes ou fora do comum, não hesite em procurar orientação médica para um diagnóstico preciso e o tratamento adequado.10
Cuidar da sua saúde hormonal é um passo importante para viver cada dia com mais energia e uma qualidade de vida plena, aproveitando cada momento com segurança.