Conteúdo incluído em: 17 de julho de 2024
Existe uma dificuldade em fazer com que as pessoas deem a devida importância ao estresse psicológico e ao poder que ele pode ter sobre o corpo.1 Afinal, o estresse no trabalho e na família são experiências cotidianas, mas é preciso pontuar a diferença entre situações episódicas e uma constância que é patológica. Vários dos sintomas de estresse só vêm à tona quando o quadro já está em um nível preocupante, caminhando para a cronicidade.1 2 3 Continue a leitura para saber mais sobre o que é estresse.
Em 1956, o termo estresse passou a ser usado para definir os efeitos causados no corpo quando qualquer coisa ameaça o estado de homeostase, que é a capacidade de manter o meio interno constante, mesmo diante de mudanças externas. De forma mais direta, pode-se afirmar que o estresse é uma reação natural do corpo diante de situações que ameaçam o equilíbrio interno do organismo.4 Os estressores, como são chamadas as fontes de estresse, podem ser externos ou internos. Ou seja, a causa do estresse pode vir tanto dos próprios pensamentos quanto de questões terceiras, como incertezas, sobrecarga de atividades e preocupações com prazos.3
Na ótica social, viver sob estresse é preocupante por causa dos impactos que podem ser observados nos mais diversos âmbitos. O estresse compromete o bem-estar e interfere na relação do indivíduo com a família, trabalho e ocupação. Isso não o afeta apenas na própria saúde, mas também em seu funcionamento dentro da sociedade.2 3
É comum que a pessoa que vive com estresse crônico sofra com uma infelicidade na esfera pessoal, marcada por dificuldades interpessoais e relacionamentos afetivos conturbados. É por isso que os profissionais apontam o divórcio como um exemplo da capacidade que o estresse tem de afetar a vida pessoal do paciente. Já o estresse no trabalho é percebido por alto número de faltas e queda na produtividade.2
A resposta do organismo ao ser exposto ao estresse pode ser dividida em três fases.3 São Elas:
O estresse recorrente e no longo prazo pode causar danos aos tecidos e levar ao desenvolvimento de doenças crônicas.4 Doenças graves se tornam mais prováveis de ocorrer, como úlceras, hipertensão, psoríase, vitiligo, urticária crônica e infarto agudo do miocárdio.3
Ao atingir o nível de cronicidade, os principais sintomas de estresse são desmotivação, irritação, impaciência, dificuldades na vida pessoal, surgimento de doenças físicas, depressão, ansiedade e infelicidade generalizada.2 Entre os incômodos físicos, o estresse pode causar dor de cabeça e dores musculares. Ambos os tipos de dores podem ser episódicos ou se desenvolver sob a forma de quadros crônicos.1 5 6
O estresse é uma das principais causas da dor de cabeça tensional, uma categoria de dor de cabeça diretamente ligada a fatores psicológicos. A cefaleia tensional pode ser engatilhada pelo cansaço e pela falta de sono, por exemplo, mas o estresse é o fator número um entre os relatos dos pacientes. A enxaqueca é outro tipo de dor de cabeça que tem uma relação imediata com a esfera emocional. O estresse é tido como um notável fator que leva à enxaqueca.6
O estresse causa dor de cabeça ou enxaqueca episódica, mas o quadro se torna ainda mais preocupante quando levamos em consideração que ele é capaz de gerar a cronicidade da doença.
O estresse reduz o fluxo sanguíneo do corpo, o que resulta em tensão muscular.8 É fato que a dor muscular é provocada principalmente por esforço físico excessivo, mas o fator psicológico como causador das lesões representa um desafio, porque as pessoas tendem a ser mais resistentes a reconhecer os danos físicos que o estresse pode ter sobre o corpo.1 Funcionários que lidam com estresse no trabalho estão sob duplo risco, por serem mais propensos a sofrer de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, os chamados DORT.9
Quanto mais estresse, maior é a prevalência de sintomas osteomusculares entre os trabalhadores. Além da tensão muscular causada por movimentos manuais repetitivos, é preciso salientar o impacto que fatores psicológicos e emocionais têm sobre o trabalho. O estresse no trabalho pode ser resultado de sobrecarga de responsabilidades, falta de autonomia, baixo nível de satisfação profissional e falta de suporte social.9
A psicóloga e especialista em teoria psicanalítica Pâmmela Lobo pontuou algumas estratégias de inteligência emocional para evitar o estresse no trabalho, em casa e no dia a dia em geral. São elas:
Além dessas estratégias, existem práticas que podem ajudar a aliviar o estresse. O mindfulness, por exemplo, é uma prática que une técnicas de yoga, meditação e respiração, visando um melhor gerenciamento emocional. O objetivo é ampliar a capacidade de observar e controlar as emoções e os pensamentos no momento em que eles surgem para evitar o desenrolar dos efeitos colaterais negativos.10O mindfulness age no que é descrito como a primeira fase da resposta do organismo ao estresse, explicada anteriormente.3 A técnica auxilia exatamente na ação de resposta a adversidades.3 10
Outra opção simples e efetiva é implementar na rotina o hábito de se alongar. O alongamento não apenas ajuda a aliviar o estresse em si, como também melhora as dores da tensão muscular - que podem ser causadas por fatores psicológicos. É uma forma de intervir duplamente nos incômodos. Também é recomendado combinar o alongamento com uma boa postura e exercícios de respiração para garantir mais efetividade.8
Por fim, a prática de atividades físicas oferece benefícios físicos e emocionais. Manter uma rotina de exercícios é capaz de melhorar a habilidade do sistema nervoso de mandar e receber mensagens, aumentar a resistência psicofísica, melhorar a sensação de bem-estar, trabalhar a autoestima e reduzir a fadiga, a ansiedade e o estresse.11